De acordo com a Fecomércio SC, o índice da inflação no mês de julho (0,62%, chegando a 6,83% no acumulado do ano e 9,56% no acumulado dos últimos 12 meses) demonstra que ainda existe uma alta indexação da economia brasileira.
O aumento dos preços administrados, no começo do ano, ainda se reflete em aumentos dos preços livres. A consequência disso é uma inflação elevada extremamente prejudicial ao setor de comércio e serviços, porque corrói o poder de compras das famílias e prejudica as vendas no setor.
Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho teve variação de 0,62% e ficou 0,17 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em junho (0,79%). Considerando-se os meses de julho na série histórica, o IPCA deste ano foi o mais elevado desde 2004 (0,91%). Com isto, o IPCA acumulou em 6,83% no ano, bem acima dos 3,76% de igual período de 2014, registrando a taxa mais elevada para o período de janeiro a julho desde 2003 (6,85%). No acumulado dos últimos 12 meses, o índice atingiu 9,56%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (8,89%). Esse foi o mais elevado acumulado em 12 meses desde novembro de 2003 (11,02%). Em julho de 2014, o IPCA, havia sido 0,01%.
Mais uma vez foram as contas de energia elétrica, 4,17% mais caras, que lideraram o ranking das principais contribuições individuais, detendo 0,16 p.p. As contas de água e esgoto também subiram e ficaram, em média, 2,44% mais caras. Com isto, Habitação (1,52%) ficou com o mais elevado resultado de grupo, sendo pressionado, ainda, pelos artigos de limpeza (0,65%), aluguel residencial (0,49%) e condomínio (0,49%).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,58% em julho e ficou 0,19 p.p. abaixo do resultado de junho (0,77%). Com isto, o acumulado no ano foi para 7,42%, acima da taxa de 3,92% relativa mesmo período de 2014. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice está em 9,81%, acima dos 9,31% relativos aos 12 meses anteriores. Em julho de 2014, o INPC fora de 0,13%.
Para a Fecomércio SC, com a alta deste mês, será impossível o ano terminar com inflação dentro da meta. Assim, o ano deve fechar com inflação na casa de 10%, gerando pressões para novas elevações na taxa de juros, o que onerará o setor produtivo, à medida que limita o acesso ao crédito. Desse modo, outras medidas, como uma reforma tributária e trabalhista, seriam muito mais efetivos para combater a inflação, e também o baixo crescimento.
› FONTE: Fecomércio SC
