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Reajuste dos preços administrados faz inflação disparar para 8,13% em um ano

Publicado em 08/04/2015 Editoria: Economia Comente!


foto: Divulgação

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, divulgado pelo IBGE, apresentou variação de 1,32%, ficando 0,10 ponto percentual acima da taxa de fevereiro (1,22%). Este é o maior índice mensal desde fevereiro de 2003, quando atingiu 1,57%, além de ser a taxa mais elevada para os meses de março desde 1995 (1,55%).

Com isto, o acumulado no ano de 2015 ficou em 3,83%, a maior taxa para um primeiro trimestre desde 2003, quando a alta foi de 5,13%. Nos últimos 12 meses, o índice foi para 8,13%, o mais elevado desde dezembro de 2003 (9,30%).

Em março de 2014, o IPCA ficou em 0,92%. Mais da metade do índice de março ficou na conta da energia elétrica, cujo aumento médio de 22,08% gerou 0,71 ponto percentual (p.p.) de impacto, o mais expressivo do mês, que representou 53,79% do IPCA. 

Esses reajustes dos preços administrados fazem parte da nova política adotada pelo governo federal de "realismo tarifário" e está inserida no programa de ajuste econômico do Ministério da Fazenda. A Fecomércio SC lamenta que essa política de "realismo tarifário" não foi adotada de maneira lenta e gradual aos longos dos últimos anos, o que evitaria grandes baques no índice de preços e, consequentemente, grandes aumentos nos juros, o que prejudica ainda mais os investimentos e o crescimento econômico, para controlar a inflação.

A forte alta da inflação no mês de março é prejudicial ao comércio e serviços, pois corrói o poder de compras das famílias e prejudica as vendas no setor.

Este aumento em março também está associado ao aumento do PIS/COFINS que incide sobre a gasolina em fevereiro e que ainda apresentou seus efeitos em março. Soma-se a isso a paralisação dos caminhoneiros, que elevou o preço de vários itens de alimentação, principalmente dos laticínios e a entrada em vigor, a partir de 2 de março, da revisão das tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), na qual ocorreram aumentos extras, fora do reajuste anual, para cobrir custos das concessionárias com a compra de energia.

Na mesma data, houve reajuste de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente, a vermelha, passando de R$ 3,00 para R$ 5,50. Com os aumentos ocorridos, o consumidor está pagando neste ano, em média, 36,34% a mais pelo uso da energia, enquanto nos últimos 12 meses as contas já estão 60,42% mais caras.

Para os próximos meses é esperado um arrefecimento do índice de inflação, já que os reajustes dos itens administrados se concentraram no primeiro trimestre do ano. Entretanto, a alta de 4% nos primeiros três meses do ano deve fazer com que o IPCA termine o ano acima do teto da meta de 6,5%.

De acordo com os dados do IBGE, os gastos com Habitação, onde se encontra o item energia, registraram o maior resultado de grupo, 5,29%. Nele sobressaem, ainda, o aumento de 1,25% no item mão de obra para pequenos reparos e de 0,96% no condomínio.

As despesas com Alimentação e Bebidas subiram 1,17% e exerceram impacto de 0,29 p.p. Juntos, o grupo dos alimentos e o da Habitação exerceram impacto de 1,08 p.p., representando 81,82% do IPCA do mês. Nos alimentos, que ficaram 3,50% mais caros neste ano e 8,19% nos últimos 12 meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 1,51% em março, 0,35 p.p. acima do resultado de fevereiro (1,16%). No primeiro trimestre do ano, o índice situa-se em 4,21%, acima do percentual de 2,10% registrado em igual período de 2014. Considerando os últimos doze meses, a taxa foi para 8,42%, bem acima dos 7,68% dos doze meses anteriores. Em março de 2014 o INPC foi de 0,82%.

› FONTE: Fecomércio

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