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Entre a parceria e a rivalidade

Publicado em 16/08/2013 Editoria: Política Comente!


foto:  Assessoria vereador Afrânio Boppré (PSOL)

foto: Assessoria vereador Afrânio Boppré (PSOL)

Por Carlos Henrique Pianta

Florianópolis é uma cidade muito famosa por suas belezas naturais e o usufruto destes aspectos para prática de atividades turísticas, pesqueiras, esportivas. No entanto, duas destas atividades dão respaldo a uma antiga discussão, que na tarde desta sexta-feira (16) virou audiência pública na Câmara municipal da capital. 

A casa sediou o evento na tentativa de mediar o impasse entre pescadores artesanais e surfistas a respeito da prática do surfe nos dias de pesca da tainha, de primeiro de maio a 29 de julho. A audiência foi convocada pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Florianópolis, o vereador Edinho Lemos (PSDB), que também presidiu a audiência. Completando a mesa estavam os vereadores Pedrão (PSDB) e Ed (PSB), o deputado estadual Edison Andrino (PMDB) e representantes das associações de surfistas e pescadores. 

Rodrigo Bazzo, representante da Federação Catarinense de Surf (Fecasurf), alegou que caso seja paralisado o surfe nos dias de pesca da tainha mais de dois mil empregos serão comprometidos. Completou dizendo que, como surfista, já ajudou pescadores levando as redes aonde as embarcações não conseguiam chegar e que não há comprovação científica que o surfe atrapalha a pesca. 

Ivo da Silva, presidente da Federação de Pescadores de SC (Fepesc) foi enérgico ao defender sua categoria. “O pescador tem 45 dias para trabalhar”, afirmou. A exaltação do pescador gerou desconforto por parte dos surfistas, que ensaiaram algumas vaias durante a sua fala. 

A relação entre surfistas e pescadores é repleta de antagonismos, tão histórica quanto a rivalidade por espaço nas praias florianopolitanas é a cooperação de ambos em momentos de dificuldades. Mesmo pequenos excessos isolados, as intervenções sempre mantiveram o respeito pela prática da atividade do outro, seja por lazer, ou profissionalmente. 

Surfista, o vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, vereador Pedrão, fez sua participação sempre incitando o acordo. Demonstrou-se sensível às preocupações dos pescadores e comprometeu-se, junto ao vereador do seu partido Edinho Lemos, comparecer em todas as colônias de pescadores em que existe impasse com os surfistas para poder averiguar de modo justo os limites de atuação das duas partes. 

O deputado Edison Andrino, falou em defesa dos pescadores, alegando que eles precisariam de pelo menos 45 dias para poder garantir o sustento e pediu para que nesse período não houvesse a prática do surfe concomitantemente com a da pesca. 

Arantinho, antigo pescador da capital, disse que na sua região, o Pântano do Sul, durante a época de pesca da tainha, as escolas de surfe paralisam suas aulas práticas e atuam com disciplinas teóricas, de leitura e observação das ondas. Sugeriu também, que prefeitura disponibilizasse ônibus gratuitos específicos para que os alunos destas escolas pudessem se deslocar a outras praias onde não existe a pesca da tainha.

O impasse continua e novas rodadas de negociação ainda estão por vir. O que resta agora é aguardar os resultados desta audiência e ver como procederão surfistas, pescadores e poder público para tentar um acordo e garantir que no próximo ano essa relação volte a ser marcada pela cooperação.

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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