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“A esquerda de Troia”!

Publicado em 05/12/2020 Editoria: Política Comente!


Acervo pessoal do autor

Acervo pessoal do autor

O cenário das eleições 2020 me fez recordar uma frase de Lenin, ex-Primeiro-Ministro da União Soviética, revolucionário comunista, que dizia o seguinte: “Não são os povos que preparam as revoluções; preparam-se os povos para fazê-las”. E tentaram preparar o povo brasileiro, desde muito antes de 1935, tendo se intensificado a partir da década de 1950.

 

O primeiro Partido Comunista do Brasil, com a sigla PCB, fundado em 25 de março de 1922, deu início a primeira tentativa de tomada pelo poder pelas armas com a Intentona Comunista, conhecida como a Revolta Vermelha (1935), que restou fracassada, em razão dos nossos militares. Mas, o sonho da luta armada continuava e se fortalece até os dias atuais, mas com uma nova roupagem.

 

As eleições 2020 demonstraram que mesmo Boulos tendo saído derrotado, ele saiu vitorioso! Ora, caros leitores, não há como negar sua votação expressiva (2 milhões, 160 mil votos). E causa muita estranheza ele ter conseguido esse número, pois estamos falando de um cidadão que apóia, participa e lidera invasão de propriedade privada; que não reconhece as decisões judiciais que condenaram políticos corruptos notórios; demoniza o lucro e a iniciativa privada e, ainda, faz elogios a tiranos.

 

E por que essa votação expressiva mesmo com todo esse radicalismo político? Porque ele fez uma campanha, na qual gastou mais de 3 milhões de reais – financiada com dinheiro público – e investiu em marketing que o transformou em um ativista moderado, cheio de amor e empatia. É meus caros, Boulos, em plena pandemia, financiou 70% de sua campanha com o fundão eleitoral. Já dizia Dom Pedro II “despesa inútil é furto à Nação”.

 

No entanto, aqueles que votaram nele, se esquecem que ele não teve empatia com os refugiados, exilados, que foram vítimas de perseguição política, de mortes, por esses regimes ditatoriais que ele defende. Muito embora Boulos não tenha se sagrado vencedor, mas sim o centrão que ganhou a maioria das prefeituras do país, ele é um político ardiloso, que, de tanto insistir poderá quem sabe um dia chegar ao poder, assim como Lula. Não se esqueçam daquele ditado: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

 

É fato que o PT sofreu um desfalecimento, pois o eleitor está cansado e não tolera corrupção. No entanto, surge um expoente, Boulos, que não tem experiência política e possui um discurso demagogo e radical.

 

Como disse acima, a esquerda está se disfarçando, no estilo “cavalo de Troia”. O que antes começou com a luta de classes entre burguês versus proletário, hoje, a esquerda contemporânea, alimenta a luta identitária: opressor (homem, branco e hétero) contra os oprimidos (mulheres, negros, homossexuais). E, eis que surge Boulos que “luta” por essa minoria oprimida. Já o Lula lutava pelos trabalhadores oprimidos.

 

Vejam que a origem marxista continua a mesma, só que de forma repaginada com a diferença que a esquerda antiga era corrupta e a atual bajula corrupto. Como afirmou Caio Copolla “mudaram as engrenagens, mas o mecanismo permanece o mesmo”.

 

E sabe o que mais causa espanto de tudo isso? É que a história se repete! No passado, a esquerda aliciava jovens acéfalos, e hoje em dia mesmo estando camuflada continua recrutando jovens passivos e apáticos que não se informam e não participam na política, ou seja, não passam de meros fantoches.

 

Margaret Thacther dizia que “a democracia não é um sistema feito para garantir que os melhores sejam eleitos, mas para impedir que os ruins fiquem para sempre”, de forma que os cidadãos brasileiros expressaram nessas eleições que estão cansados dessa velha briga ideológica contra o capitalismo e não passam pano para políticos que defendem tiranos, regimes comunistas e socialistas. Por fim, espero que nas próximas eleições surjam novos políticos que apresentem propostas e projetos sólidos e viáveis, e não fiquem só pensando na reeleição, como ocorreram nestas e que consigamos eleger bons políticos e não escolher o menos pior.

 

Nicoli Moré Menegotto

       (escritora)

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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