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Glauco Olinger lança livro e sugere ações para agricultura

Publicado em 10/12/2013 Editoria: Geral Comente!


foto: Divulgação

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Ao lançar seu novo livro pela Editora Unisul, na Assembleia Legislativa, o agrônomo Glauco Olinger elencou uma série de sugestões ao governo para reorganizar o processo produtivo agrícola de Santa Catarina. Desde o destino de áreas à produção florestal, à criação de açudes e ações contra erosão. “Esse é um exemplo de profissional inteligente e sempre atualizado”, observou o ex-governador Colombo Machado Salles.

O livro ‘Agricultura Catarinense – em busca do equilíbrio ecológico’ revela aspectos da história catarinense e sugere ações para minimizar o incessante êxodo rural. Através de estatísticas dos últimos vinte anos, o professor Glauco Olinger estima que cerca de 25 mil famílias deixarão as áreas rurais catarinenses e migrarão para os grandes centros urbanos nos próximos 25 anos. “O maior problema da agricultura nacional e o maior projeto que pode ser feito em favor do Brasil é a revitalização das áreas degradadas pelo mal uso do solo”, sugere. Veja mais fotos no Flickr da Unisul.

Em Santa Catarina, são dois milhões de hectares degradados principalmente pela erosão causada pela chuva que leva a camada superficial do solo em que se concentramos principais nutrientes das plantas. “No Brasil, mais de 70 milhões de hectares foram degradados, fruto do uso incorreto da terra”, analisa.

O reitor da Unisul, professor Sebastião Salésio Herdt, disse que a Editora Unisul cumpre seu papel cultural, acadêmico, científico e histórico. “O que existe de mais importante na evolução da agricultura catarinense está refletido na obra e o doutor Glauco Olinger tem dado importante contribuição aos estudos e às soluções de problemas agropecuários de Santa Catarina”.

Para entender o êxodo previsto por Olinger, é preciso voltar alguns séculos na história. O primeiro registro de agricultura em solo catarinense é dos índios Carijós, de origem Guarani, que habitavam o litoral. “Eles plantavam mandioca, milho e algodão. Eles já faziam um tipo de farinha, de pão e de água-ardente”, explica. De acordo com o autor, as tribos Xlokleng e Kaingáng, do interior do Estado, eram extrativistas e não praticavam a agricultura rudimentar dos Carijós. “Em São Francisco do Sul houve uma tribo Guarani que também praticava uma agricultura rudimentar”, completa.

Alguns historiadores acreditam que o Guarani do litoral catarinense chegou até Chacaras, no Império Inca, e trouxe de lá alguns conhecimentos agrícolas. “Mas eu coloco uma dúvida porque eles tinham lá a Lhama, a Vicunha e o Guáiaco e nenhum destes animais chegaram ao litoral catarinense”, contesta.

Depois da agricultura indígena vieram os açorianos com as pequenas propriedades. “Não consta que o açoriano tinha vontade de ser fazendeiro. Eles queriam estar juntos e agruparam as casas em grandes espaços de terra. Viviam mais da pesca do que qualquer outra coisa”, revela. A agricultura do açoriano era rudimentar, não conheciam a adubação e nem o controle de pragas e doenças.

Depois dos açorianos chegaram os alemães, italianos, polacos e japoneses. Como exemplo, Olinger cita Hermann Blumenau. “Com ele veio o arado e começou uma agricultura de maior produtividade. O arado foi uma novidade cantada como sendo um grande avanço na agricultura, mas na verdade foi um dos principais responsáveis pela degradação do solo catarinense”, acredita.

Na obra, o autor faz um comentário sobre o que cada povo significou para a agricultura de Santa Catarina. Também escreve sobre a repartição fundiária através dos processos de colonização privada ou oficial. Este tipo de colonização repartiu a terra em lotes de cerca de 125 hectares e caracteriza a estrutura fundiária peculiar de Santa Catarina. “Com a sucessão da causa morte e, sobretudo, pela baixa renda da pequena propriedade familiar eu considero este modo de produção em extinção”, projeta.

Hoje os bens de consumo tornaram-se quase bens de primeira necessidade, acredita Olinger. “Então as famílias do campo querem eletrodomésticos e outros bens. A renda da venda de um pouco de ovo, um pouco de carne de porco, de milho e de feijão das propriedades que plantam de tudo como antigamente é insuficiente. Por isso projeto este grande êxodo nos próximos anos”, finaliza.

 

 

 

› FONTE: Imprensa Unisul

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