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Santa Catarina tem Comitê Consultivo da Internet para combate às fake news

Publicado em 30/07/2018 Editoria: Geral Comente!


Foto: banco de imagens - Pixabay

Foto: banco de imagens - Pixabay

Pioneiro no país a instalar esse tipo de iniciativa, o Tribunal Eleitoral de Santa Catarina instituiu em maio deste ano se Comitê Consultivo da Internet para combate às fake news. O comitê tem como objetivo estudar medidas necessárias à prevenção da divulgação de notícias falsas nas eleições gerais de outubro e sua apuração preliminar, no âmbito do TRE-SC. Até então, esse órgão só existia no Tribunal Superior Eleitoral até o momento.

O comitê é composto por integrantes da Polícia Federal, da Polícia Civil, do Tribunal Regional Eleitoral, da Agência Brasileira de Inteligência e por técnicos em informática e mídias sociais. Conforme o juiz federal Antonio do Amaral e Silva, presidente do Comitê Consultivo da Internet do TRE-SC, 680 milhões de perfis falsos já foram tirados do ar pelo Facebook, apenas com mecanismos internos de verificação, sem necessidade de atuação da Justiça.

“A nossa atuação é na fase de prevenção, através da educação do eleitor e também na fase da repressão durante o período eleitoral, onde nós vamos debelar esse tipo de acontecimento dentro de mídias sociais e dentro do cenário político. Temos um trabalho de acompanhamento de mídias sociais para que a gente possa, na medida do possível, detectar qualquer tipo de fake news que traga prejuízo ao processo eleitoral.”

O juiz ressalta que as fake news que interessam ao comitê, no campo eleitoral, são as que podem influenciar o voto do eleitor de forma negativa, ou seja, por meio de uma inverdade, de uma mentira, de uma desinformação. “Nós acreditamos que as fake news possam influenciar no resultado das eleições e por isso nós temos uma preocupação muito grande em coibir esse tipo de prática.”

Baixa capacidade de compreender e interpretar informações é o grande impulsionador para a proliferação de fake news

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 116 milhões de brasileiros estão conectados à internet, o que equivale a 64,7% da população. Já segundo o indicador de alfabetismo funcional, estima-se que 27% dos brasileiros conseguem ler, mas não interpretar o que foi lido. Esses dois dados estão diretamente relacionados, segundo o doutor em Ciências da Comunicação da USP, Ivan Paganotti, pesquisador sobre o assunto. “A baixa capacidade, no país, das pessoas lerem, compreenderem, interpretarem e relacionarem as informações, acaba comprometendo uma educação ainda mais específica, que é a capacidade de compreender os meios de comunicação.”

O pesquisador alerta que as fake news ganharam uma atenção muito grande recentemente porque acabaram sendo relacionadas com dois fenômenos políticos recentes de grande envergadura. “Tanto a eleição do Donald Trump, como presidente dos Estados Unidos, em 2016, como o fenômeno do Brexit e a saída do Reino Unido da União Europeia também em 2016; no mesmo ano em que houve o referendo na Colômbia sobre a paz com as Farc, são fenômenos de grande impacto global e que tiveram em sua discussão prévia, nas semanas anteriores às suas votações, um fluxo muito grande de notícias comprovadamente falsas que acabaram viralizando nas redes sociais.”

Segundo Paganotti, há uma preocupação legítima se essa divulgação de notícias inverídicas tenha influenciado ou impactado alguns dos eleitores ou parte desse debate público e isso talvez ajude a entender porque esse fenômeno que já existe há muito tempo (a propagação de notícias incorretas) agora ganhe mais impacto.

Para o juiz Antônio do Amaral e Silva, a população pode auxiliar no sentido de ser crítica. “Primeiro verificar se a notícia tem uma base real, se é verdadeira, inclusive consultar os órgãos de comunicação oficial, da imprensa oficial para que ela não propague esse tipo de notícia que no fim das contas gera uma desinformação geral da população. O que não é bom pra ninguém.”


Objetivos para a criação de fake news

Ivan Paganotti avalia que existem dois grandes grupos de objetivos para a criação de fake news. “Nós podemos dividir em objetivos políticos e objetivos econômicos. Na política nós temos o fortalecimento de uma posição, tentar atingir a reputação de um indivíduo, tentar afetar de forma positiva ou negativa um debate sobre um tema, uma proposta, fazer com que as pessoas acreditem que uma proposta seja vantajosa ou desvantajosa, só que usando artifícios de mentira, de informações incorretas pra sustentar os argumentos.”

Já na econômica, o objetivo é sempre ganhar dinheiro, conforme Ivan. Às vezes existe uma mistura desses dois modelos. “Existem sites que têm finalidades políticas e também financiam a militância, ganham dinheiro com isso ou sites que ganham dinheiro e também tem algumas afiliações ideológicas e exploram particularmente alguns temas.”

Para casos que não envolvem motivação política direta, há sites que se especializaram a verificar informações divulgadas na internet. O Floripa News deu alguns exemplos e dicas de como evitar compartilhar esse tipo de conteúdo ao elencar cinco notícias falsas entre vídeos e fotos que estavam sendo espalhadas pelas redes sociais durante a greve dos caminhoneiros, ocorrida em junho deste ano.

 

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br) e AGÊNCIA AL

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