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Campanha alerta para o número de mortes de motociclistas no trânsito

Publicado em 25/06/2018 Editoria: Trânsito Comente!


Foto de arquivo: Paulo Pinto - Fotos Públicas

Foto de arquivo: Paulo Pinto - Fotos Públicas

Na tentativa de percorrer trajetos de forma mais dinâmica, conseguir romper com facilidade extensos congestionamentos, ou mesmo agilizar entregas com economia, a frota de motociclistas e mototaxistas tem crescido vertiginosamente em todo país. Santa Catarina acompanha essa tendência, somando mais de 800 mil motos registradas em 2017 de acordo com o Detran-SC.

Contando com o maior número de veículos por habitante do país, Santa Catarina tem em circulação 4,7 milhões de veículos, sendo 22,9% de motos e motonetas, segundo levantamento do Denatran em 2016. A cidade de Joinville ocupa a liderança do ranking, com 69 mil motocicletas, seguida por Florianópolis, com 54 mil, Blumenau, com 48 mil, e Itajaí, 43 mil. Levantamento do Detran-SC mostra que 25% da população catarinense tem habilitação para pilotar motos, um total de mais de 1,7 milhão de pessoas.

Campanha foca nos motociclistas

Esse expressivo volume de motociclistas no trânsito acaba repercutindo no índice de acidentes, onde os principais traumas atingem, em sua maioria, o piloto e o passageiro das motos. Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que nos três primeiros meses de 2018 os dois principais hospitais públicos da Grande Florianópolis - Celso Ramos e o Regional de São José - atenderam 1.312 vítimas de acidentes de moto.

Esse volume representa quase a totalidade de acidentados de moto atendidos durante 2017 pelo Hospital Celso Ramos, que foi de 1.647 atendimentos. Já no Regional de São José, o volume de atendimentos ano passado foi ainda mais alarmante, totalizando 3.530 emergências envolvendo motociclistas, uma média de 294 por mês, ou quase 10 por dia.

Sensibilizado com esses dados alarmantes, o Governo de Santa Catarina escolheu os motociclistas como principais protagonistas da campanha de conscientização deste ano, “Mais Segurança no Trânsito”, lançada no dia 19 de junho.

Impacto econômico

Levantamentos do DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) referentes aos dois primeiros meses de 2018 mostram que já foram pagas indenizações a mais de 56 mil vítimas de acidentes. Desse total, 91% dos casos foram de motociclistas; 56% das indenizações foram pagas por acidentes fatais e 61% dos acidentes resultaram em sequelas permanentes. A faixa etária que mais registra vítimas é a dos 25 aos 34 anos, concentrando 27% das vítimas.

A morte, além de provocar danos psicológicos incalculáveis às famílias envolvidas, ainda afeta toda a sociedade ao reduzir a força de trabalho e de criatividade, em idades de alto potencial intelectual. Estudos do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) estimam que cada acidente fatal representa para a sociedade uma perda superior a R$ 600 mil.

Entre os anos de 2008 a 2014, foram registrados 3.943 óbitos por acidentes moto-ciclísticos em Santa Catarina, segundo o DATASUS. Apuração do Ministério da Saúde apontou que 52% dos gastos do SUS com internações são decorrentes de acidentes de trânsito envolvendo motociclistas.

Os acidentes de trânsito matam cerca de 45 mil pessoas por ano no Brasil e deixam mais de 300 mil com lesões graves. Pesquisa do IPEA calculou que os acidentes em rodovias custam à sociedade brasileira cerca de R$ 40 bilhões ao ano, enquanto os acidentes nas áreas urbanas alcançam R$10 bilhões. Impactam nestes custos a perda relativa à produção, seguido pelos custos hospitalares.

Os acidentes determinam uma série de prejuízos individuais para a sociedade como ocorrência de sequelas temporárias ou permanentes, invalidez, perda de dias de trabalho, altos custos para serviços de saúde e gastos com indenizações.

Problema de saúde pública

Estudo desenvolvido por acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apurou que a dinâmica no trânsito para motociclistas em Santa Catarina é mais perigosa do que no restante do país, devido à taxa de mortalidade por acidentes e da gravidade dos mesmos.

O risco de morte em acidentes de moto geralmente se dá pela falta de proteção a que estão sujeitos tanto motorista como o passageiro. A morte geralmente decorre de trauma crânio encefálico ou trauma visceral em pacientes politraumatizados.

Cerca de 80% dos acidentes envolvendo motociclistas causam lesões. Entre as principais causas de seus agravamentos estão a não utilização do capacete, a ingestão de bebidas alcoólicas e o abuso da velocidade para cumprir prazos de entregas, por exemplos.

Perda irreparável

Para o estudante de engenharia elétrica da UFSC, Leonardo Guzi, 25 anos, a segurança sobre duas rodas sempre foi algo fortemente disseminado em sua família. Mas se tornou um fator ainda mais essencial após um trágico acidente em abril passado, que resultou na morte de seu pai, Girceu Angelo Guzi, aos 54 anos.

O agricultor do município de Videira trafegava em uma via de mão dupla, logo atrás de um veículo utilitário, e foi surpreendido por uma brusca conversão de pista do veículo da frente, que pretendia chegar à madeireira do outro lado da via. Girceu perdeu o capacete ao ser arremessado para o outro lado da pista, batendo com a cabeça no asfalto. “Existe um trevo logo à frente deste trecho, onde seria possível fazer a conversão com segurança”, lamenta Leonardo.

O jovem, que é filho único, ainda contava com apoio financeiro do pai, enquanto conclui a faculdade. Uma perda afetiva e financeira que compromete de forma irreparável a vida de todos os envolvidos.

 

› FONTE: Assessoria de Comunicação do Governo de SC

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