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Santa Catarina intensifica vacinação contra a febre amarela

Publicado em 19/06/2018 Editoria: Saúde Comente!


Vacinação contra febre amarela na Bahia /  Foto de arquivo: Bruno Concha - Secom PMS

Vacinação contra febre amarela na Bahia / Foto de arquivo: Bruno Concha - Secom PMS

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), intensifica a vacinação contra a febre amarela em alguns munícipios catarinenses a partir desta segunda quinzena de junho. A ação é devido ao anúncio feito pelo Ministério da Saúde (MS), em março deste ano, que ampliou para todo o território nacional a Área Com Recomendação de Vacina (ACRV) contra a febre amarela.

A intensificação começará nos municípios da região de saúde Nordeste, próximos a corredores ecológicos, que são regiões de matas e rios, podendo vir a ser prováveis rotas de avanço do vírus amarílico no estado. A ação será realizada em três momentos, por meio da estratégia de vacinação casa a casa em toda a área rural.

A primeira etapa começou no último sábado (16) e vai até 17 de julho. Nesse período serão aplicadas 49.755 doses de vacina nos moradores dos municípios da região do Planalto Norte, que fazem divisa com o Estado do Paraná: Porto União, Irineópolis, Canoinhas, Três Barras, Mafra, Rio Negrinho, São Bento do Sul, Campo Alegre, Joinville, Garuva e Itapoá.

Entre 1º e 30 de setembro, a intensificação ocorrerá nos munícipios de Corupá, Rio dos Cedros, Jaraguá do Sul, Schroeder, Pomerode, Blumenau, Massaranbuba, Guaramirim, Luiz Alves, São João de Itaperiú, Barra Velha, Araquari, Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul. Nesta fase, serão aplicadas 52.791 doses da vacina.

O terceiro e último momento será entre os dias 1º e 30 de outubro, com a aplicação de 49.937 doses da vacina nos municípios de Doutor Pedrinho, Benedito Novo, Timbó, Rodeio, Ascurra, Indaial, Guabiruba, Gaspar, Ilhota, Navegantes, Balneário Piçarras, Penha, Brusque, Itajaí, Camboriú e Balneário Camboriú.

“Os municípios têm autonomia para definir a data das atividades e a quantidade de profissionais envolvidos na ação, porém devem respeitar os períodos pactuados na reunião da Comissão Intergestores Bipartite”, afirma Eduardo Macário, diretor da Vigilância Epidemiológica.

O público-alvo da vacinação é composto por indivíduos a partir dos 9 meses de idade, independentemente do local onde moram, com a devida atenção às contraindicações e aos casos em que há necessidade de avaliação prévia realizada por profissional de saúde. “É importante ressaltar que a única mudança no público-alvo prevista para 2018 é que não é mais necessário ter viagem marcada para áreas com recomendação de vacina ou transmissão ativa do vírus”, enfatiza Vanessa Vieira da Silva, gerente de Vigilância de Doenças Imunipreveníveis, Imunização e DTHA (Gevim) da Dive.

Contraindicação

A vacina não deve ser tomada por pessoas que se encontram nas situações abaixo:

- crianças menores de 9 meses de idade;

- mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade;

- com alergia grave ao ovo;

- que vivem com HIV e têm contagem de células CD4 menor que 350;

- em tratamento de quimioterapia/radioterapia;

- portadoras de doenças autoimunes;

- submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a resposta imunológica).

Para os casos abaixo, é necessário que a pessoa seja avaliada por um profissional antes de tomar a vacina, sendo preciso medir os riscos e benefícios da vacinação:

- pacientes com imunodeficiência primária ou adquirida;

- indivíduos com imunossupressão secundária à doença ou a terapias imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas);

- pacientes em uso de medicações antimetabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe;

- transplantados;

- pacientes com doença oncológica em quimioterapia;

- indivíduos que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina;

- indivíduos com reação alérgica grave ao ovo;

- pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma);

- indivíduos com idade acima de 60 anos;

- crianças que tiverem alguma dose do Calendário Nacional de Vacinação em atraso podem tomar junto com a da febre amarela, com exceção da tríplice viral (protege contra sarampo, rubéola e caxumba) e da tetra viral (protege contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Para a criança que não recebeu a vacina contra a febre amarela nem a tríplice viral ou tetra viral e for atualizar sua vacinação, orienta-se um intervalo de 30 dias entre as vacinas.

Para quem a vacina é contraindicada, orienta-se o uso de repelente de insetos, que deve ser aplicado em toda a área de pele exposta, respeitando os intervalos orientados pelos fabricantes e fazendo a reaplicação após o contato com a água. Para crianças entre 6 meses e 2 anos de idade, gestantes e a aplicação em tecidos, há formulações próprias no mercado. É importante proteger a maior extensão possível da pele por meio do uso de roupas compridas (blusas e calças), meias e sapatos fechados. O uso de roupas claras facilita a identificação de mosquitos e permite que eles sejam mortos antes de picarem o indivíduo.

Outra forma de prevenção é passar o maior tempo possível em ambientes com portas e janelas protegidas por telas mosquiteiras, dormir em ambientes com mosquiteiros devidamente arrumados para não permitir a entrada de mosquitos (abas de abertura sobrepostas e barras inferiores embaixo do colchão). Além disso, é importante o uso de repelentes ambientais (sprays, pastilhas e líquidos em equipamentos elétricos) no quarto de dormir.

Crianças menores de 6 meses de idade não podem receber a vacina nem usar repelentes de aplicação direta na pele, por isso devem ser mantidas o tempo todo sob mosquiteiros e/ou em ambientes protegidos por telas.

A doença

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por vírus amarílico ou vírus da febre amarela. Pode ser de curta duração ou evoluir de forma grave, podendo levar à morte. Transmitida pela picada de fêmeas de mosquitos infectados com o vírus, a doença não possui tratamento específico, sendo apenas sintomática, com cuidadosa assistência ao paciente em ambiente hospitalar. A vacina é a única forma de prevenção e está disponível gratuitamente na rede pública de todo o país.

Qualquer pessoa que não tenha sido vacinada e que resida em áreas onde há a transmissão da doença ou visite-as pode contrair a febre amarela. A doença não é contagiosa, sendo adquirida apenas pela picada do mosquito infectado com o vírus.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo (de modo geral), náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos mais graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada na pele ou na parte branca dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência múltipla de órgãos.

Ao identificar alguns dos sintomas, a pessoa deve procurar um médico na unidade de saúde mais próxima e informar: sobre qualquer viagem para as áreas de risco realizada nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas; se observou mortandade de macacos, ou tomou conhecimento disso, próximo aos lugares onde esteve; e se já tomou a vacina contra a febre amarela, além da data.

Quem perdeu o cartão de vacinação deve procurar o serviço de saúde que costuma frequentar e tentar resgatar o seu histórico. Caso não seja possível, indica-se que pessoas a partir dos 5 anos de idade que nunca tenham sido vacinadas ou estejam sem o comprovante de vacinação sejam imunizadas contra a febre amarela.

 

› FONTE: Assessoria de Comunicação do Governo de SC

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