Florianópolis faz parte do grupo de seis cidades catarinenses que participam do Programa "Dê a Mão para o Futuro" Reciclagem, Trabalho e Renda, coordenado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e realizado em conjunto com a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza (Abipla) e a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi).
Em parceria com a prefeitura de Florianópolis, por meio da Autarquia de Melhoramentos da Capital Comcap, e com três associações de catadores – Associação de Recicladores Esperança (Aresp), Associação de Catadores de Recicláveis do Alto da Caieira e Serrinha (Recicla Floripa) e Associação de Coletores de Materiais Recicláveis (ACMR) – a campanha começa nesta segunda (7), e segue até início de 2020. A previsão é que 130 mil domicílios sejam visitados em semanas alternadas nas ruas onde há coleta seletiva de porta em porta.
De acordo com a assessoria de comunicação da Comcap, a coleta seletiva da autarquia abrange 100% dos bairros de Florianópolis, sendo que mais de dois terços dos domicílios são atendidos pelo sistema de porta em porta e o restante por rua geral, depósito comunitário ou entrega voluntária.
Melhorar a seletiva
De acordo com o presidente da Comcap, Carlos Alberto Martins, hoje são desviados do aterro sanitário 6% dos resíduos coletados pela Comcap. As metas do Plano Municipal de Coleta Seletiva de Florianópolis exigem recuperar 37% dos recicláveis secos e 45% dos resíduos orgânicos até 2020. "Temos de colocar em prática os princípios da responsabilidade compartilhada, entre o poder público, indústria e consumidor, para que materiais recicláveis retornem em maior escala ao ciclo econômico. Se não mudarmos a forma de fazer isso, nunca vamos sair desses indicadores de recuperação perto de zero", aponta Carlão Martins.
Florianópolis tem coleta seletiva de recicláveis secos (papel, plástico, vidro e metal) há mais de 30 anos. É pioneira no Brasil na coleta seletiva de porta em porta, ainda assim pequena parte de recicláveis é separada pela população. Das 203 mil toneladas recolhidas por ano pela Comcap:
- 183 mil são entregues para a coleta convencional e seguem para o aterro sanitário
- Apenas 20 mil são destinadas à reciclagem por meio da coleta seletiva.
O material recuperado é doado pela prefeitura para 10 associações e cooperativas de recicladores e volta para o ciclo econômico. Esses empreendimentos triam e vendem o material para 20 indústrias, gerando receitas de até R$ 4,5 milhões ao ano na Grande Florianópolis, se somar a economia com aterramento e os ganhos para em torno de 200 catadores.
A campanha de informação ao gerador, indica Carlão, tem o objetivo de melhorar a separação dos recicláveis. Hoje, 25% do que a Comcap recolhe nos domicílios e entrega nos galpões de reciclagem são rejeitos, lixo que precisa ser encaminhado ao aterro sanitário, porque o usuário não soube separá-lo adequadamente.
O foco da ação, informa Daniel Tomazoni, da Unisol Brasil, que coordena a ação da Abihpec, é ampliar o conhecimento da população sobre a separação correta dos materiais recicláveis e o quanto esta atitude pode contribuir com o meio ambiente e, também, com a geração de trabalho e renda para aqueles que vivem da reciclagem de resíduos.
Como vai funcionar
Os moradores de Florianópolis receberão a visita da equipe do programa "Dê a Mão para o Futuro", dos próprios cooperados e de agentes públicos municipais. Um veículo identificado circulará nas ruas de Florianópolis e a abordagem será de porta em porta, com entrega de folhetos de caráter educativo e ímãs de geladeira, para que a população possa apontar em qual dia da semana a coleta seletiva da Comcap é feita em seu bairro.
Sobre o programa
O programa "Dê a Mão para o Futuro" Reciclagem, Trabalho e Renda foi desenvolvido pela Abihpec como alternativa viável para suas associadas no gerenciamento de resíduos sólidos pós-consumo.
Em 2006, o projeto piloto foi implantado no Estado de Santa Catarina em quatro municípios com a parceria da Fundação Banco do Brasil e apresentou resultados surpreendentes, ultrapassando as metas estabelecidas. Atualmente, o programa Dê a Mão para o Futuro realiza suas ações em nove estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Amazonas e está em processo de expansão para Ceará, Rio Grande do Norte e Pará.
O programa está investindo aproximadamente R$ 600 mil para as três associações de Florianópolis em equipamentos e infraestruturas para os galpões, assessoria técnica, software de gestão e campanha ambiental.
O programa Dê a mão para o Futuro participa do Acordo Setorial para Implantação do Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral e foi apresentado ao Ministério do Meio Ambiente a fim de atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que contempla as questões ambientais, de responsabilidade compartilhada e inclusão social, pontos considerados essenciais para as indústrias do setor.
› FONTE: Assessoria de Comunicação da PMF