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Escola completa 26 anos e realiza exposição sobre professora negra que dá nome à unidade

Publicado em 15/03/2018 Editoria: Florianópolis Comente!


EBM Adotiva Liberato Valentim completa 26 anos neste sábado, dia 17 de março / Foto: SME

EBM Adotiva Liberato Valentim completa 26 anos neste sábado, dia 17 de março / Foto: SME

O trabalho como professora, nos anos 1960, em Florianópolis, permitiu à Adotiva Liberato Valentim, de origem africana, mobilidade social. Além disso, o respeito e admiração da comunidade fizeram com que a prefeitura desse o seu nome, na Costeira do Pirajubaé, a uma das unidades da rede municipal de ensino. Em 17 de março de 1992, era criada a Escola Adotiva Liberato Valentim.

Neste sábado, o estabelecimento comemorará seus 26 anos e para celebrar a data, nesta sexta-feira (16), funcionários da unidade lembrarão e passarão para os estudantes a história da professora.

A professora da rede, Adriana May de Aguiar, elaborou uma exposição sobre a Adotiva Liberato Valentim para a escola. A mostra faz parte de sua dissertação de mestrado sobre a trajetória da docente, e contará com um banner com imagens dela e um texto produzido a partir de documentos encontrados na prefeitura. Além disso, ela montou vários pôsteres com memórias da Adotiva, retiradas de entrevistas com as filhas e com ex-alunos. A exposição ficará na escola até terça-feira. Adriana desenvolve, pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), a dissertação "Adotiva Liberato Valentim e as experiências das populações de origem africana em Florianópolis na segunda metade do século XX".

A escola iniciou suas atividades com quatro turmas de primeira série. Em 1993, funcionou com mais duas turmas, de educação infantil. Em 2004, mudou-se para o aterro da Costeira devido à construção do novo prédio, que foi inaugurado em 2006. Passou a ser chamada de Escola Adotiva Liberato Valentim pelo decreto 7.152. Hoje, a unidade atende 402 crianças, do 1º ao 4º ano, com 38 profissionais, entre professores e demais funcionários. 

Mulher, professora, esposa e mãe de quatro meninas

A professora Adotiva nasceu em 17 de junho de 1931, no bairro Saco dos Limões (Foto: Arquivo Pessoal)

A professora Adotiva nasceu em 17 de junho de 1931, no bairro Saco dos Limões.  Filha de Liberato Felipe Valentim e Ana Custódio de Jesus, em 12 de outubro de 1950, casou-se com João Crizoste Coelho, passando a se chamar Adotiva Felipe Coelho.

De seu casamento, nasceram Carmem Lúcia Coelho, em 9 de março de 1951; Mari Lúcia Coelho, em 13 de  março de 1952; e Izilda Coelho, em 3 de julho de 1953. Também criou a afilhada Silvana Bento Vieira.

Em 25 de novembro de 1983, desquitou-se, voltando a assinar com o mesmo nome de solteira: Adotiva Liberato Valentim.

Em primeiro de março de 1962, foi admitida como professora regionalista na Escola do Campeche, na época, distrito da Lagoa da Conceição.  Em primeiro de março de 1963, passa a integrar o quadro único de magistério do município de Florianópolis, prestando serviços na mesma unidade.  A partir de 17 de março de 1964, torna-se professora no Grupo Escolar Anísio Teixeira, onde fica até 1983.  Concluiu o curso de professora de primeiro grau em 1974. 

"Sempre deu tudo de melhor aos filhos, depois adquiria o dela, trabalhando"

 

A filha mais velha, a enfermeira Carmen Lúcia, relata que com a profissão, a mãe conseguiu comprar a casa onde moravam, manter-se e ajudar as filhas. "Sempre deu tudo de melhor aos filhos, depois adquiria o dela, trabalhando. A profissão a ajudou a melhorar de vida e conhecimento".

Izilda Coelho, a mais nova, diz que a mãe tinha muito carinho por ser professora e os alunos para ela eram tudo. "Queria muito que as crianças aprendessem para ter uma profissão, organizar o futuro da família que eles construiriam mais tarde", completa.

Segundo Silvana Benta, criada por Adotiva, e também professora, conhecer a sua história é muito importante pelo respeito ao ser humano, às diferenças de raça e principalmente, ao professor. "Ela foi um exemplo que ficou para as pessoas".

De acordo com o secretário de Educação Maurício Fernandes Pereira, a trajetória de luta de Adotiva Liberato Valentim é uma grande inspiração para toda a rede municipal de ensino de Florianópolis. "Temos muito orgulho de ter tido uma profissional como essa no nosso município e de uma de nossas unidades eternizar o seu nome", finaliza.

 

Serviço

O quê? Comemoração do aniversário de 26 anos da EBM Adotiva Liberato Valentim

Quando: 16 de março (sexta-feira), manhã e tarde

Onde: EBM Adotiva Liberato Valentim

Endereço: Avenida Jorge Lacerda, 1559 - Costeira do Pirajubaé

 

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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