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Estudo aponta que mais da metade dos usuários de cartões de crédito não controlam gastos

Publicado em 29/06/2017 Editoria: Economia Comente!


Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do país revela que 57% dos usuários de cartão de crédito não controlam de maneira adequada os gastos realizados com esse meio de pagamento. A pesquisa também questionou sobre as novas regras para o crédito rotativo do cartão. 

As atitudes mais comuns são consultar pela internet a fatura antes do fechamento (28%), ler a fatura quando ela já está fechada (15%) e fazer o controle de cabeça (13%). Os que não fazem qualquer controle são 1%. O controle total e sistemático dos gastos no cartão de crédito é tarefa feita por 38% dos usuários, sendo que 21% anotam os gastos no papel, 11% utilizam planilhas e 6% registram as compras em aplicativos no celular.

"O cartão de crédito é tratado por muitos como o vilão do orçamento, mas pode ser um aliado do consumidor que souber utiliza-lo adequadamente. É fácil tirar o cartão do bolso e pagar uma despesa. Porém, se não houver disciplina, mais fácil ainda é perder a noção do quanto foi gasto e ultrapassar os limites do orçamento. O controle financeiro é fundamental para evitar esse tipo de problema", orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Juros é o maior temor dos usuários, mas 59% desconhecem as taxas cobradas quando há atraso

O levantamento revela ainda um comportamento negligente do consumidor. Em um ano, cresceu o percentual de usuários de cartão de crédito que não sabem a taxa de juros cobradas quando se atrasa o pagamento da fatura. Em 2016, 55% dos adeptos da modalidade desconheciam os valores. Hoje, são 59% que ignoram o custo do atraso - mulheres (66%), os mais jovens (70%) e a população de baixa renda (62%).

No geral, quatro em cada dez (38%) entrevistados já ficaram, em algum momento, com o nome sujo por não pagarem a fatura do cartão de crédito e 11% estão atualmente com alguma parcela em atraso. De acordo com a pesquisa, 90% dos usuários de cartão reconhecem que essa forma de pagamento impõe riscos a vida financeira do consumidor, principalmente por conta dos juros elevados em casos de atraso no pagamento (40%), risco de clonagem do cartão (31%) e por incentivar às compras impulsivas (27%). Apenas 8% dos entrevistados não veem qualquer risco na utilização do cartão de crédito. 

"É verdade que o cartão de crédito facilita o consumo, mas não faz a mágica de aumentar a renda, como pode parecer a muitos. Por isso, seu uso demanda muita responsabilidade. É bastante comum encontrar consumidores endividados por terem ultrapassado os limites do orçamento em aquisições por impulso ou gastos incompatíveis com a própria realidade financeira", alerta o educador financeiro, José Vignoli. 

Novas regras

A pesquisa também procurou saber sobre o conhecimento dos entrevistados sobre as novas regras do Banco Central para o crédito rotativo do cartão. Desde o início de abril, o consumidor não pode permanecer por mais de 30 dias no crédito rotativo. Assim, se ele tiver realizado o pagamento do valor mínimo da fatura, no mês seguinte terá que lidar com o restante da dívida – seja pagando de forma integral, seja por meio de um financiamento acordado com o banco, mas com juros menores que os praticados no rotativo. No que diz respeito a essas novas regras, 66% garantem conhecê-las, sendo que 43% concordam com a medida, pois os juros cobrados são abusivos na opinião dos entrevistados. Em contrapartida, 34% não tinham conhecimento das mudanças.

"Mesmo com as novas regras do Banco Central, que restringem o uso por tempo indiscriminado do rotativo, as taxas de juros cobradas no parcelamento da fatura são consideravelmente altas. O consumidor não deve encarar isso como uma opção ao pagamento do valor integral da fatura. O melhor é planejar-se e não gastar além daquilo que pode pagar", alerta a economista Marcela Kawauti.

Metodologia

A pesquisa foi realizada pelo SPC Brasil e pela CNDL no âmbito do &39;Programa Nacional de Desenvolvimento do Varejo&39; em parceria com o Sebrae. Foram ouvidos 601 consumidores de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais do país. A margem de erro é de 4,0 pontos percentuais e a margem de confiança, de 95%.

Mais informações: https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas

› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)

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