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Laudo da Funarte aponta risco de “colapso” em estrutura de teatro do CIC

Publicado em 14/07/2016 Editoria: Florianópolis Comente!


Foto: Festival Santa Catarina Dança/Reprodução/2015

Foto: Festival Santa Catarina Dança/Reprodução/2015

Com espaço para 906 poltronas, Teatro Ademir Rosa, do CIC, é o maior de Santa Catarina

Documento elaborado por técnicos do órgão federal aponta para “risco crítico” de teatro que recebeu reforma de R$ 8,5 milhões em 2012. Mesmo após queda de vara de iluminação em fevereiro deste ano, que poderia ter causado acidente fatal, Presidência da FCC desconsiderou pedido de técnicos para cancelar agenda de eventos. Uma reunião entre órgão e construtora responsável pela reforma do teatro está marcada para hoje quinta-feira (14) e deve discutir irregularidades apontadas no laudo da Funarte.

No laudo técnico de 31 de maio desse ano 2016 feito pela Fundação Nacional das Artes (Funarte), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, sugere a intervenção imediata para sanar irregularidades. O estudo foi elaborado a pedido da própria Fundação Catarinense de Cultura (FCC), administradora do espaço. Dentre os problemas apontados estão o colapso da estrutura metálica da caixa cênica – classificada como grau de risco crítico –; vestimenta cênica (cortinas, pernas, bambolinas, etc.), feita com materiais de baixa qualidade; e não conformidade técnico-construtiva.

Uma das marcas no piso de madeira no Teatro Ademir Rosa (TAR), no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, é estranha às artes. Não se trata da indicação de posicionamento de atores em uma peça ou músicos de bandas e orquestras que lotam as 906 poltronas do maior teatro de Santa Catarina. O risco de poucos centímetros é resultado da queda de uma das varas de iluminação do teatro na tarde do dia 2 de fevereiro deste ano. O rompimento da estrutura de suporte provocou a queda da vara de ferro de uma altura de sete metros. O impacto poderia ter causado consequências “possivelmente fatais” caso houvesse pessoas no palco, conforme relatam os servidores do teatro em comunicação interna encaminhada à presidência da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) no mesmo dia do acidente e também em outro alerta ainda em dezembro de 2015.

Em fevereiro, um laudo técnico foi solicitado pela Fundação ao Centro Técnico de Artes Cênicas (CTAC) da Funarte, localizado no Rio de Janeiro. O resultado da perícia, registrada dia 6 de julho no Sistema de Gestão de Protocolo Eletrônico (SGPE) do Governo do Estado, confirma as preocupações externadas pelos servidores do teatro e aponta outras irregularidades na estrutura da caixa cênica do Teatro. E aconselha a “intervenção imediata” do espaço para solucionar as falhas encontradas.

Caso seja fechado para reparos, seria a segunda interdição do TAR após a reforma de 2012. Em junho do ano seguinte, a Justiça Estadual determinou o fechamento do teatro para adequações em normas de segurança. O espaço cultural foi reaberto cerca de um mês depois.

Laudo Técnico de Inspeção Predial

Conclusão de laudo da Funarte reforça críticas à infraestrutura da caixa cênica do TAR

O documento de 22 páginas elaborado pelo coordenador e pela cenógrafa do Centro Técnico, Fernando Frascari e Anna Flávia Oliveira, revela falhas na última reforma feita no local, entre 2011 e 2012, que custou mais de R$ 8,5 milhões aos cofres públicos. Em texto e imagens, os arquitetos da Funarte justificam o pedido de intervenção e deixam claro que os problemas encontrados estão relacionados ao não cumprimento de requisitos previstos no memorial descritivo do contrato de reforma do Teatro por parte da empreiteira contratada: a JK Engenharia de Obras Ltda EPP.

“Apresentamos o registro fotográfico da caixa cênica do Teatro Ademir Rosa, incluindo todos os itens que perfazem o conjunto, com observações pertinentes às falhas encontradas, muitas em total desacordo com os serviços contratados, listados no Memorial Descritivo da reforma, tanto em sua execução quanto nos materiais utilizados; observa-se claramente a falta de esmero profissional, situação essa que em diversos aspectos põe em risco a construção e seus usuários, infringindo até as Norma de Segurança da ABNT”, informa o laudo.

Medições fora do estabelecido em contrato, soldas mal feitas, varas de iluminação com distribuição de peso incorreta e material sem conformidade com memorial descritivo da obra foram alguns dos apontamentos feitos pelos técnicos da Funarte. Na conclusão do documento, a série de falhas serviu de justificativa para o pedido de intervenção imediata no teatro.

› FONTE: Farol Reportagem

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