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Pesquisa revela que a maioria dos jovens empreendedores brasileiros é do sexo masculino e possui uma micro empresa

Publicado em 29/03/2016 Editoria: Economia Comente!


foto divulgação internet

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Realizada em 26 estados e no Distrito Federal, a pesquisa "Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro" mostrou que apesar de estarem pessimistas em relação ao cenário político e econômico no País, os jovens empreendedores desejam investir em um novo segmento de negócio

Sexo masculino, idade entre 26 e 30 anos, ensino superior completo, micro empresário, com apenas uma empresa no nome e faturamento anual de R$ 60 mil a R$ 360 mil, além de vontade de investir em um novo segmento de negócio. Essas características definem o perfil do jovem empreendedor brasileiro, segundo pesquisa realizada em 2015 e divulgada neste ano pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), em parceria com a Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios. 

Desenvolvida em 26 estados e no Distrito Federal - por meio de questionário online e participação de mais de 5 mil jovens, com idade entre 18 e 39 anos, e margem de erro de 5% e intervalo de confiança de 95% -, a pesquisa revelou que 25% dos jovens empresários investiram em uma empresa por identificação de oportunidade de negócio, 57% participam de alguma entidade representativa do jovem empreendedor, 62,8% utilizam sites e redes sociais como principais formas de conexão com o mundo dos negócios, 70% possuem até nove funcionários, 58% afirmam que a carga tributária elevada é o principal desafio externo de quem empreende e 54% estão pessimistas em relação ao cenário político no País. 

Segundo o presidente da Conaje, Fernando Milagre, esta é a segunda edição do estudo, que será desenvolvido a cada dois anos. "A proposta é identificar qual é a realidade do jovem empreendedor brasileiro e permitir, com base nos resultados, que instituições, como a Conaje, possam realizar ações e projetos, além de cobrar políticas públicas para o jovem empresário no País". 

De acordo com o coordenador da pesquisa &39;Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro&39;, Fernando Grisi, se comparado aos resultados alcançados na primeira edição da pesquisa, divulgada em 2014, os dados revelados nesta edição apresentaram pequenas variações e trazem comparações interessantes com a anterior, além de demonstrar avanços dos jovens empreendedores, mesmo com o cenário incerto no País em 2015. Um exemplo é em relação ao faturamento anual. "A grande maioria dos jovens ainda possui renda de até R$ 360 mil ao ano, totalizando 59%. Mas se compararmos com os dados da pesquisa de 2014, podemos observar um aumento dos jovens que faturam mais do que R$ 360 mil ao ano, demonstrando que se faz necessário o investimento de políticas públicas para que o jovem tenha o interesse de empreender e gerar, assim, mais renda ao Brasil". 

Estabilidade, dificuldades e investimentos

A pesquisa mostrou que as empresas dos empreendedores jovens estão se tornando mais estáveis e duradouras, já que 49% dos entrevistados possuem cinco anos ou mais de negócio. "Este dado corrobora ao aumento do faturamento, pois quanto mais estabelecida está a empresa, melhor será o retorno", afirma Grisi. Esses mesmos jovens acreditam que o que determina sucesso a uma empresa é oferecer um produto/serviço diferenciado (48%), enquanto ter uma equipe capacitada (24%) ocupa a segunda posição. 

Em relação à capacitação, o estudo revelou que os jovens empreendedores possuem bom nível de escolaridade, demonstrado pelos indicadores de ensino superior e pós-graduação (42% e 39%, respectivamente). "Na correlação desses dados, percebe-se que os jovens colocam a preparação como fator importante na decisão de empreender, por isso amadurecem suas ideias de negócio enquanto se preparam para decidir empreender ao término da graduação ou pós-graduação. Por isso a faixa etária de 26 a 30 anos é a que mais empreende entre os jovens, e consequentemente é o perfil correspondente a quem já conseguiu conquistar uma renda mediana", afirma a diretora de Projetos da Conaje, Ananda Carvalho.

Por meio da pesquisa foi possível identificar também que a maioria dos jovens empreendedores não fez investimentos para a capitalização de suas empresas (60%). De acordo com Fernando Grisi, este fato pode ser explicado pela maioria das empresas ser do ramo de &39;serviços&39;, as quais necessitam de menor capital de investimento e, assim, os jovens conseguem driblar a grande barreira para empreender. Dentre os 40% dos jovens que buscaram capitalização para a empresa, a alternativa financiamento bancário ficou em primeiro lugar (54%), enquanto o apoio de família e/ou amigos em segundo (39%). 

Realizada em um ano de incertezas nos meios político e econômico, o estudo trouxe importantes resultados em relação à percepção do jovem empreendedor para o Brasil e de como empreender no País. A maioria dos participantes revelou que está pessimista sobre o cenário político-econômico brasileiro (54%) e citou a elevada carga tributária (58%), burocracia (23%) e legislação (8%) como principais desafios externos à atividade.

Percepções

Segundo Ananda Carvalho, os resultados alcançados com o estudo permitiram identificar pontos que precisam de respostas e mesmo de incentivos para uma mudança de postura ou evolução. É o caso do quantitativo de jovens mulheres que empreendem no Brasil (29%), bem abaixo do percentual masculino (71%). De acordo com ela, é necessário entender se faltam oportunidades para que esse público possa investir no próprio negócio e como criar mecanismos, ferramentas, projetos e ações para ampliar o número de mulheres jovens empreendedoras.

O mesmo se aplica quando é conhecimento para empreender. Os dados mostram que 86% relataram que não se prepararam para empreender e que 23% não buscaram nenhum apoio para a abertura ou crescimento da empresa. "Estes indicativos trazem, em contrapartida, a reflexão de que há uma eminente necessidade que o país invista em políticas públicas que incentivem o empreendedorismo e o primeiro negócio entre os jovens, como alternativa de geração do autoemprego e renda, sobretudo em tempos de crise onde os índices de desemprego aumentam e a perspectiva do jovem se torna limitada no mercado de trabalho", relata. 

Ananda reforça que essa percepção já é conhecida pela Conaje – que inclusive reúne jovens empresários que também passaram por dificuldades ou falta de conhecimento para iniciar um negócio -, tanto que a instituição tem desenvolvido projetos como Minha Primeira Empresa, Conaje Capacita, Conaje Agro, além de eventos como Congresso Nacional de Jovens Empreendedores, exatamente para auxiliar quem quer empreender no Brasil. "A Conaje lidera o Programa Minha Primeira Empresa, implantado em Goiás e Piauí, e que reúne em um só lugar capacitação, crédito orientado e acompanhamento das empresas abertas. O programa já atendeu mais de 4 mil jovens que desejavam abrir seus primeiros negócios, abrindo mais de 300 empresas no país", enfatiza. 

A diretora acrescenta que é economicamente indiscutível a importância dos jovens empreendedores no País, onde a grande maioria das empresas (70%) responde por empregar até 9 funcionários e 21% delas por empregar de 10 a 49 funcionários. "Estes dados demonstram um importante setor de investimentos para a geração de emprego e renda para a população. O incentivo ao empreendedorismo jovem, iniciando na educação de base como preparatório para o empreender, se mostra portanto como uma estratégia econômica viável e indispensável ao país. Políticas públicas de incentivo ao primeiro negócio, que desoneram o jovem empreendedor durante seu primeiro ano de empreendimento,por exemplo, são estratégias que, se tomadas anteriormente, poderiam ter sido uma saída salutar para os jovens recém formados ou em graduação que sofrem com a crise do desemprego", finaliza.

PERFIL DO JOVEM EMPREENDEDOR BRASILEIRO

• 71% do sexo masculino e 29% do sexo feminino;

• 35% com idade entre 26 e 30 anos, 28% de 31 a 35 anos e 18% de 21 a 25 anos;

• 32% com renda familiar de 6 a 10 salários mínimos, 22% de 3 a 5 salários mínimos e 21% de 11 a 19 salários mínimos;

• 42% com ensino superior, 39% pós-graduação e 12% com ensino médio;

• 25% decidiram serem empresários por identificar oportunidade de negócio, 25% sempre quiseram ser empreendedores e 18% por querer mais independência;

• 86% não se prepararam para empreender;

• 62,8% utilizam sites e redes sociais para se informar sobre empreendedorismo, 57,5% também participam de eventos e 53,9% conciliam em atividades de movimentos de jovens empreendedores;

• 57% participam de entidades representativas de jovens empreendedores, sendo 51% em Associações de Jovens Empreendedores (AJEs), 22% em movimento jovem do comércio;

• 51% participam de entidades representativas por causa da rede de contatos, 17% devido à geração de novos negócios, 17% para discussão de pautas e 15% para capacitação;

• 63% possuem apenas uma empresa, 25% têm duas, 7% três empresas, 3% mais de quatro e 2% possuem quatro;

• 51% dos jovens empreendedores possuem micro empresa, 20% empresa de pequeno porte, 18% são MEI, 9% com média empresa e 1% com grande;

• 70% possuem até nove funcionários, 21% de 10 a 49 funcionários, 5% mais de 100 funcionários e 4% de 50 a 99 funcionários;

• 31% conseguem faturamento de R$ 60 e R$ 360 mil, 29% até R$ 60 mil, 29% entre R$ 360 mil a 3,6 milhões, e 10% entre R$ 3,6 milhões e R$ 48 milhões;

• 49% possuem cinco ou mais anos de empresa, 20% um ano, 13% dois anos, 11% três anos e 8% quatro anos;

• 52% desejam abrir um novo negócio em um segmento diferente, 25% no mesmo segmento e 23% não pretendem abrir nova empresa;

• 66% não possuem empresa familiar e 34% sim;

• 54% conseguiram investimento por meio de financiamento bancário, 39% através de família e/ou amigos, 5% investimento-anjo e 2% por fundos de capital de risco;

• 27% buscaram apoio do Sebrae para abertura ou crescimento da empresa, 23% nenhum apoio, 23% internet, 17% consultoria, 6% Universidades e 4% por incubadoras;

• 30% possuem dificuldades de gestão financeira, 27% de gestão de pessoas, 25% no planejamento, 12% no marketing e 5% outros;

• 58% listam a cara tributária elevada como principal desafio externo, 23% a burocracia, 8% a legislação, 6% a logística e 5% outros;

› FONTE: Imprensa Conaje

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